sábado, 15 de julho de 2017

Que me ame de graça



Quero alguém que apenas me ame de graça. Que não se preocupe com os meus pouco mais de um metro e cinquenta de altura. Que não se preocupe com a medida da minha cintura. Que não se preocupe com a minha lista de cursos. Que não se importe com minhas loucuras. Que não se preocupe com a lista de loucuras que ainda quero realizar.
Quero alguém que me ame de graça. Que consiga me acompanhar na conversa. O que não é tarefa fácil de realizar. Quero alguém que me olhe todos os dias e que consiga me amar.
Apenas me ame de graça. Sem se preocupar com a conta bancária. Com o saldo positivo, às vezes negativo, que não seja motivo para amar ou desamar.
Quero alguém que me ame de graça. Para isso precisa apenas saber amar. Sou muito fácil de lidar. Me alimentar a cada 3 horas, me deixe conversar. Me leve pra passear, fazer compras, basta me acompanhar.
Quero alguém que me ame de graça. Sabe como?
Me deixando amar...
Amar a vida.
Amar as pessoas.
Amar...
Que me ame de graça, só isso.
Sem nada esperar.

Nice Paiva

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terça-feira, 11 de julho de 2017

Será que ainda vou amar?


Essa é uma pergunta complicada. Depois de um tempo, depois de uns bons tombos, depois de umas boas pernadas ficamos assim. Arredios, apreensivos, temerosos...
Depois de algumas decepções, algumas promessas quebradas, algumas alianças desfeitas, ficamos assim. Fechados, blindados, cuidadosos...
E aí, quando nos abrimos, vem um enviado do 'capeta' e maltrata outra vez. E então criamos uma vontade imensa de arrebentar, sacanear, esculachar, fazer sofrer... 
Mas aí lembramos que nem todo ser humano é ruim. E que se estamos assim é porque nosso coração é sim feliz. É sim capaz de amar. É sim recheado de amor pra dar.
Então a resposta é sim. Vamos sim amar outra vez. Mesmo que não seja correspondido. Mesmo que seja só pra machucar. 
Sim, vamos amar. 
Por que? 
Sei lá. 
Só porque é bom amar. 
Mesmo que seja rapidinho. 
O bom é amar. 
Mesmo que não dure. 
Precisamos amar. 
Então vamos amar.

Nice Paiva

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sexta-feira, 7 de julho de 2017

Olhar de cima


Eu não me canso de olhar a vida de cima. E que fique registrado que é o único momento que eu gosto de olhar de cima.
Gosto quando estou voando e olho pela janela do avião. Que vista fantástica. Não há como não respirar fundo e pensar: Como tudo isso é possível?
Gosto quando vejo a terra lá do alto. Tudo tão pequeno, tão simples, tão singelo, tão fácil...
Gosto da sensação de que não existem barreiras. Que posso percorrer grandes distâncias e ainda assim não perder o foco das minhas raízes, de quem eu sou, de quem ainda quero ser.
Gosto da ideia de que tudo é tão pequeno, que posso encontrar pessoas de várias cores, raças, gostos, sotaques, talentos... Pessoas.
Que se misturam a mim, e que ao final levam um tanto de mim.
Gosto da ideia de que o mundo não é tão grande, nada é infinitamente distante. Só a altura me dá essa percepção.
Gosto de ver do alto que não existem muros, não há grades, não há delimitação, tudo é apenas uma vasta imensidão. Pronta pra ser conquistada. Cada metro quadrado não tem dono, não tem restrição.
Gosto da ideia de olhar do alto e sentir que sou dono do mundo e que não sou dona de nada. Apenas daquilo que posso tocar com a mão.
Gosto da ideia de que sou dona apenas do meu pensar. Que nas alturas apenas me levam a viajar ainda mais. E agradar o coração. Gosto da altura.
Da altivez da alma.
Gosto de altura...
Sem explicação...

Nice Paiva

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