quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Meu monstro

Cada um de nós tem o seu monstro pessoal. Considero assim a sua maior frustração, o seu maior desafio, o seu maior medo, o seu maior fracasso.
Cada um de nós tem o seu monstro pessoal. Aquele gigante que está além das suas forças. Que você não consegue vencer, derrubar, aniquilar, mesmo tendo levantado e lutado com todas as forças todos os dias.
Cada um de nós tem o seu monstro pessoal, que o persegue nos sonhos, no caminhada diária, na rotina, sempre a espreita um dia ou outro lembrando a você que está ali. E que o persegue.
Cada um de nós tem sim um temor. Muitos conseguem esconder tão bem que passa quase despercebido. Outros nem tanto. Alguns já aprenderam a agir. Mas superar talvez não seja a palavra.
Esse monstro não morre, não some, não pode ser aniquilado.
Quando alguém me pergunta se não tenho filho gerado no ventre é como se o monstro gritasse no meu ouvido: 'Estou aqui'.
Hoje meus filhos do coração suprem toda a minha necessidade de ser mãe.
Mas o monstro ainda existe sim.
Nice Paiva

Foto: Aqui

domingo, 16 de dezembro de 2018

Quando foi

Quando foi que a gente se perdeu?
Quando foi que o amor esmoreceu?
Quando foi que tudo começou a ruir e quase morreu?
Quando foi?
Quando foi que seu cheiro deixou de ser o meu?
Quando foi que o seu acordar deixou de alegrar o meu?
Quando foi que o meu sorriso deixou de despertar o seu?
Quando foi?
Quando foi que meu olhar deixou de procurar o seu?
Quando foi que nossas mãos se perderam no eu?
Quando foi que o tempo pra nós se perdeu?
Quando foi.
Eu não sei. Apenas foi.
E o fato é que a gente se perdeu.
Os abraços diminuiram, o carinhos foram suprimidos, os 'eu te amo' também sumiram.
O fato é que talvez nada disso deveria ter existido. Ou talvez existiu só para mim.
E agora me pergunto: quando foi que tudo existiu para mim?
Quando na verdade deveria me perguntar: por que ainda esta aqui?
E fim.
Sim, a única certeza que tenho é o fim.
Nice Paiva

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Sem sentido

Em algum momento da vida algo nos tira do chão e quando nos devolve é como se nada mais tivesse sentido.
Como se todas as conquistas se tornassem pó. Como se todos os avanços fossem mero acaso. Como se todas as lutas fossem apenas meras discussões. Sem sentido.
De repente tudo para e passa a rodar lentamente. Algumas coisas não deveriam estar ali. Algumas deveriam voltar. Algumas coisas precisam mudar. Mas para que se indispor? Se tudo em um dado momento perde todo o sentido?
De repente você olha e percebe que lutou tanto por algo e que agora que o tem, não tem sentido. Esquece até mesmo o que fez querer tanto.
Nada faz sentido.
Durmo e acordo disposta a ganhar o mundo. Lutar por tantas coisas, sensações, fotos...
Momentos, apenas momentos.
Nada faz sentido.
Mais um dia.
E de repente tudo fará sentido.
Mas, só um dia...
Hoje ainda não faz sentido.
Nice Paiva

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Mulher safada homem gosta sim


Essa história de que homem é safado mas não gosta de mulher safada é conversa fiada.
Segue meu raciocínio.
O cara vê uma mulher linda, sorridente, empolgante, cheirosa e se apaixona.
Canta, abraça, beija, cheira, elogia, promete mil coisas, ilude e pah!
Leva pra casa.
E se divertem muito.
Por uns dias.
E aí aos poucos deixa de beijar, de cheirar, de elogiar, e ela perde o encanto...
Aí 'ele deixa ela ou ela deixa ele'.
Ganhou exclusividade mas matou a gata.
Daí ela volta a ficar beeeeeela.
E aparece outro cara com o mesmo papo e ganha a gata.
E o cara que perdeu vê e quer de novo. Mesmo. Sabendo que o sorriso dela não é mais para ele.
Entendeu?
Não é que ele não saiba o que quer.
Ele quer uma mulher linda, sorridente e bela.
Mas não entende que isso dificilmente vem com a exclusividade.
E sim com a liberdade.
Então não é que a mulher precise ser safada. Ela precisa ser livre.
E quanto mais livre ela for, mais vai voltar para o seu amor.
Isso é amor.
Nice Paiva

Ser feliz, estar feliz

Hoje um amigo mais que querido me disse que a busca pela felicidade deixa as pessoas loucas. E eu disse a ele que hoje sou feliz mas não soube explicar como é nem como eu sei.
Daí fui olhar para traz, para mim e apenas gostei do que vi. Hoje, olhando algumas fotos gosto do olhar, gosto do sorriso, gosto da postura. Estou mais solta, mais leve, mais arteira, menina levada.
E se há um tempo em que realmente somos felizes é o tempo de criança, antes das crises existenciais da adolescência ou as loucuras do 'ser ou não ser' com o o medo da responsabilidade.
Sim, estou realizada em muitas áreas e leve e solta e mais doida.
Tenho ainda muitos boletos e contas a pagar. Mas também muitos sonhos e muitas loucuras a realizar.
Se ser feliz é estar leve e o sorriso for solto e contagiante e enorme estou feliz.
Se ser feliz é se perceber bem estou feliz.
Estou no momento de aceitação e leveza.
Estou sim feliz.
Olhe para si.
E veja se está feliz.
Senão, corre, o tempo já passou e você ficou.
Nice Paiva